A morte do paciente na Enfermagem



Como lidar com a morte do paciente?

Você desejou muito estar ali exercendo a profissão. Sua paixão foi fulminante e avassaladora. 
Você batalhou e conquistou o tão sonhado diploma até que você começa a se perguntar: "vale a pena?", "Será que sou ou fui bom o suficiente?", "Ele morreu e será que não podia ter feito mais? Ter ido além?".

Isso é muito comum e acredito que muitos já passaram por isso.

Confesso que o primeiro amor é maravilhoso! A gente tem uma visão de  que salvaremos vidas sempre e que por mais claro que isso seja, a morte, perder um paciente parece tão improvável. 

A gente inicia o treinamento nos "Jacks" da vida até que chega o contato real. Tudo é novo, queremos abraçar o mundo e externar nosso amor ao próximo da melhor forma possível. É impossível não criar laços,não  se colocar no lugar do outro, brincar, rir...

A morte do paciente pode ser súbita ou mais demorada

Algumas vezes não tem data nem hora, é súbita, mais difícil de compreender, aceitar e sempre fica a sensação de que poderia ter feito mais.
Quando ocorre aos poucos nós sentimos a sensação de que fizemos o possível, temos mais tempo para compreender e aceitar o processo da morte.
Talvez ocorra depois de algum tempo de estágio ou talvez quando você conseguir seu primeiro emprego, não importa. O fato é que vai ocorrer.

A crise existencial 

E nesse momento você irá chorar, entristecer-se, questionar-se, tentar entender a lógica de tudo, inclusive da vida.
Você entrará em crise existencial, irá procurar respostas que talvez não exista e talvez você pense em desistir por isso. Tantos desistem.

Mas você poderá tentar enxergar formas para voltar ao primeiro amor e entender que isso é um processo da vida que todos nós vamos passar inclusive nossos pacientes.
Não é simples, não é fácil mas é necessário.


A gente vive na ilusão de imortalidade. Precisamos olhar para a finitude da vida e nesse olhar ser o melhor que pudermos sem esquecer que os cuidados de enfermagem continuam após a morte.

A vida está nas coisas simples!

Tem vida em tantas coisas!
No sorriso, no olhar, na tristeza convertida em alegria, no sentir, no falar, no ouvir.
Quantos sorrisos você recebeu hoje? Quantos "obrigada (o)" você recebeu hoje?
Quantos olhares com agradecimentos você recebeu hoje?
Sabe aquela ferida que fechou? Você sabe o que isso significa para quem era refém dela?
E o mal estar? A dor que foi embora? E aquela ansiedade que após poucos minutos de conversa amenizou?

Vida é isso! A vida também está nos detalhes... Nas pequenas grandes coisas.

A morte é inevitável

Você pode sim e vai perder um ou vários pacientes mas quantas vidas você não irá trazer de volta em pequenos detalhes? Ou no sentido real da frase?

Talvez se nós fossemos mais conscientes da finitude da vida nós não fizessemos tantas coisas... Não falaríamos desnecessariamente... Não deixaríamos pra depois... Seríamos mais tolerantes... Talvez nós encarássemos a vida como ela é de fato.


A vida é extraordinária

A vida é extraordinária! Cheia de pequenos detalhes que muitas vezes a gente deixa escapar.
Não espere o momento certo, a hora certa, o dia certo. Simplesmente tenha atitude. O tempo é um investimento que deve ser feito da melhor forma possível porque um dia vai acabar.
E é por isso que amar o próximo como a nós mesmos é tão valoroso. Assim teremos a oportunidade de amá-lo enquanto o temos.


Foque nisso. Procure entender e faça o seu melhor sempre! Não desista! A enfermagem precisa de você!
Entender não significa ser frio perante a dor e sofrimento do outro.
Liberte-se da dor pois essa sim nos paralisam e nos impede de ir além.
Não deixe que isso aconteça com você... Persista!

Procure um profissional para te ajudar nesse processo de superação da morte do paciente




Não é conveniente entrar em crise existencial toda vez que um paciente morre. Se isso ainda ocorre com você, com frequência mesmo após um longo período na profissão, procure ajuda profissional que com certeza você terá ensinamentos de como lidar com isso de uma forma mais saudável.

Você já sofreu com a morte de um paciente? Ainda sofre? Como faz para superar?

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Abraços, Mih.

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